Autora

Laís Daiene Cosmoski Peracetta

Resumo

A pressão intracraniana (PIC) é originada pela combinação de três componentes: as estruturas encefálicas (tecido encefálico), o líquido cefalorraquidiano e o sangue circulante. Quando um destes componentes altera o seu volume, o organismo tende a corrigir essa discrepância com uma compensação, porém existem casos em que esse mecanismo não é bem-sucedido, ocasionando aos pacientes desconfortos, entre eles: cefaleia, alterações visuais, náuseas e vômitos. Atualmente, para monitorar a PIC é necessária cirurgia no crânio e introdução de sensores no encéfalo do paciente. Neste contexto, pesquisadores desenvolveram método totalmente não invasivo para monitorização da PIC, o que proporcionou a possibilidade de avaliação da PIC em diferentes doenças e obtenção de dados úteis na prevenção das intercorrências e auxílio na conduta de médicos e enfermeiros. Uma possibilidade de aplicação a ser considerada são os pacientes em tratamento quimioterápico contra o câncer, nos quais são frequentes e variadas as intercorrências. Desta forma, esta pesquisa teve como objetivo identificar, por meio de método não invasivo, alterações na PIC desses pacientes, antes e após uma sessão de quimioterapia, e relacionar a elas possíveis intercorrências e dados clínicos e laboratoriais dos pacientes. Foram convidados para a pesquisa pacientes em tratamento quimioterápico com os cânceres primários mais incidentes no local escolhido para a pesquisa, realizada a monitoração da PIC antes e depois da sessão de quimioterapia. Os dados foram analisados pelo SPSS 20.0® (Chicago, EUA). Foram notadas alterações na pressão intracraniana em relação à monitorização pré- e pós-sessão. Foram observadas diferenças estatísticas significativas, nas pacientes do grupo mama, quando comparadas a PIC antes e após a sessão de quimioterapia. Cabe destacar que as pacientes não demonstraram alteração na PIC pré-quimioterapia, porém foram encontradas alterações na monitoração pós-quimioterapia. O presente trabalho mostrou que a quimioterapia é fator potencial para proporcionar alteração da pressão intracraniana dos pacientes submetidos ao tratamento.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual de Ponta Grossa, para obtenção do título de mestre.