Pesquisadores revisitam biografia sobre o assunto para fazer identificação do potencial dos marcadores biológicos, além de buscarem viabilidade no isolamento de exossomos

Vesículas extracelulares que carregam a informação genética de todo o organismo são a aposta dos cientistas para chegar em alternativas precisas de diagnóstico, sem que seja necessário submeter o paciente a experiências invasivas. É o que afirma estudo chinês, publicado no periódico International Journal of Molecular Science, que reforça o que se sabe sobre o assunto, fazendo um levantamento da biografia e destinando esforços para identificar a técnica mais precisa de isolamento desses materiais. 

O artigo condensa a biogênese, secreção e absorção dessas estruturas celulares, visando contribuir para o avanço de pesquisas sobre as possibilidades de uso do material genético na medicina diagnóstica. Os pesquisadores centralizaram esforços de estudo nas cargas presentes nos exossomos, mRNAs, miRNAs, incRNAs e circRNAs, pois são elas que carregam as características de suas células originárias, sendo capazes de refletir condições fisiológicas e patológicas.

“Os RNAs exossômicos podem afetar as atividades metabólicas fisiológicas normais e participar do desenvolvimento de várias doenças, incluindo o crescimento tumoral, doença neurodegenerativa e síndrome metabólica. Eles são uma fonte promissora de biomarcadores de diagnósticos de doenças humanas”, afirmam os pesquisadores.

No estudo, os cientistas relacionam esse marcador genético a doenças como variados tipos de câncer, diabetes, sepsis e muitas outras. Mas, então, por que esse importante mecanismo de identificação de patologias ainda não é usado? 

A resposta está nas dificuldades para o isolamento dos biomarcadores, que se torna necessária devido ao tamanho pequeno, a densidade dos exossomos e a heterogeneidade dos fluidos onde são coletados. Até o momento, seis técnicas de isolamento são utilizadas para fazer a extração desses fragmentos celulares, sendo elas: captura de imunoafinidade, centrífuga de ultravelocidade, ultrafiltração, cromatografia de exclusão de tamanho, precipitação de polímeros e técnicas baseadas em microfluidos

Na tabela, pesquisadores reúnem resumo sobre as vantagens e desvantagens das diferentes técnicas de isolamento exossômico. Fonte Artigo Científico

Ainda que se mostrem essenciais para o futuro da ciência diagnóstica e prognóstica, substituindo abordagens invasivas, como as biópsias, o uso de biomarcadores precisa avançar quanto à sua capacidade de precisão e para que sejam capazes de estar difundidos no meio médico, atendendo às expectativas de rapidez e à larga escala do sistema de saúde. 

“Embora a conveniência dos biomarcadores exossomais seja indiscutível, os desafios ainda permanecem com a seleção deles e nenhum pode atingir 100% de precisão. Até hoje, não existe um padrão uniforme para o isolamento, purificação ou avaliação da qualidade dos exossomos, o que também restringe o processo de pesquisa sobre a tecnologia de diagnóstico dos exossomos”, concluem os pesquisadores. 
Para entender a fundo o potencial dos biomarcadores, você pode conferir o artigo “Exosomal RNAs: Novel Potential Biomarkers for Diseases – A Review” na íntegra, publicado no International Journal of Molecular Science no DOI: https://doi.org/10.3390/ijms23052461.