Proposta de timeline

1928


Sergio Mascarenhas (Foto: Flickr)

Nascimento, no Rio de Janeiro, Brasil.

1947


Prédio da UERJ. (Foto: WikiMedia)

Começa o curso de química na então Universidade do Brasil, atual UFRJ, no Rio. No ano seguinte, estimulado por um professor, entra também no curso de física, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

1951-52


Anísio Teixeira. (Foto: Acervo Instituto Anísio Teixiera)

Forma-se e começa a trabalhar com Anísio Teixeira, criador do Ministério da Educação, e com o físico e professor Costa Ribeiro, com bolsa do CNPq. Pesquisa o fenômeno termodielétrico, hoje conhecido como “efeito Costa Ribeiro”.

1954


Yvonne e Sérgio Mascarenhas em 2014. (Foto: IEA/USP)

É convidado pelo professor Teodureto Souto, então diretor da Escola de Engenharia de São Carlos da USP, para lecionar e pesquisar física com uma proposta inovadora, estabelecendo um foco prioritário em pesquisa aplicada e em estreita relação com o ensino de engenharias, cargo que assume ao lado de sua primeira esposa, Yvonne.

1956


Fachada Escola de Engenharia de São Carlos EESCP-USP. (Foto: USP/Divulgação)

Assume a cátedra de física na EESC-USP e dedica-se à física do estado sólido, área que depois passaria a chamar-se física da matéria condensada. Pesquisa o efeito termodielétrico em materiais como o naftaleno e o antraceno, além de medidas de eletrotermo-condutividade, o que o leva ao estudo de eletretos e suas aplicações práticas, como em microfones.

1957


Sílvio, Donald Channin, Tadeu, J. Nelson, Bel, Heloísa, Sanches – Biofísica Molecular, 1978 (Foto: Acervo Pessoal)

Apresenta tese de livre-docência sobre o efeito termodielétrico, o primeiro concurso de cátedra na EESC, e consolida um grupo de pesquisa dedicado à física do estado sólido.

1959


Sérgio e Yvonne. (Foto: Acervo Pessoal)

Com bolsa de pesquisa da Fundação Fulbright, inicia intercâmbio internacional no Carnegie Tech, em Pittsburgh, Pensilvânia, junto com Yvonne, que pesquisa cristalografia estrutural por meio de difração de raio-X para o estudo de propriedades dos materiais, com aplicações em metalurgia, mineralogia e química orgânica, inorgânica e bioquímica.

1960

É convidado a coordenar um programa da Organização dos Estados Americanos (OEA) para a promoção da ciência física em diversos países da América Latina.

1963

Prédio da Ford Foundation. (Foto: WikiMedia)

Recebe apoio da Ford Foundation para manter um acordo de cooperação técnica com universidades do Brasil através do CNPq. Suas pesquisas tornam-se ainda mais interdisciplinares, aproximando-se cada vez mais do estudo de novos materiais.

1965

Sérgio (segundo à direita) e o grupo de físicos de São Carlos com Roman Smolushowsky (Foto: Acervo Pessoal)

Realiza pesquisas com com cristais iônicos na Universidade de Princeton e trabalha para sedimentar a colaboração internacional de seu grupo de física, publicando em revistas científicas de forte impacto em parceria com Roman Smolushowsky. Nessa época também teve início uma forte colaboração com os laboratórios da RCA.

1966

Participa da criação da Sociedade Brasileira de Física (SBF), sendo eleito como membro de seu primeiro conselho diretor.

1968


Lars Onsager. (Foto: WikiMedia)

Começa a idealizar, com colegas e colaboradores, um curso para estudo de novos materiais para o estudo de novos materiais, como fibras de carbono, materiais cerâmicos e poliméricos e ligas projetadas para resistir a situações extremas, com aplicação na siderurgia, aviação e na indústria de transformação em geral. Obtém apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Trabalha com Lars Onsager, vencedor do prêmio Nobel de Química, em termodinâmica dos processos irreversíveis.

1969


1º Encontro Nacional de Física do Estado Sólido e Ciência dos Materiais. (Foto: Acervo Pessoal)

Sérgio recebe bolsa da Fundação Guggenheim. Em Princeton, conhece o físico paquistanês Abdus Salam, que receberia o prêmio Nobel de Física em 1979. O grupo de São Carlos organiza o primeiro Encontro de Físicos do Estado Sólido no país.

1970

Fachada do Departamento de Materiais EESC-USP. (Foto: USP/Divulgação)

É nomeado reitor pro-tempore da Universidade Federal de São Carlos, que havia ajudado a criar e onde implantou o curso de Engenharia dos Materiais, primeiro da América Latina.

1971

Warwick Kerr. (Foto: Acervo SBPC)

É eleito vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na chapa encabeçado pelo geneticista Warwick Kerr. Desmembra-se da EESC o Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC).

1971

Concurso de Titular do Prof. Lobo: Ragusa, Milton, Lobo, Sérgio, Roland, Yvonne, Sílvio, N. Onuchic, S. Rezende, Rogério Trajano, Moyses Nusseznveig, Edson Rodrigues (década de 1960). (Foto: Acervo Pessoal)

Por influência de Mascarenhas, é formado um grupo de física na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) a partir do trabalho nucleador de Sérgio Rezende, ex-ministro da Ciência e Tecnologia do Brasil e então recém-chegado de um doutorado no MIT, que foi convencido por Mascarenhas da importância do desenvolvimento dessa área no Nordeste.

1972

A primeira imagem do lado direito, destaque de uma mandíbula que pertencia a uma vítima do bombardeio atômico de Hiroshima e que havia absorvido 9,46 grays de radiação. Metade disso é suficiente para matar uma pessoa. (Public Library of Science, reprodução de reportagem do jornal The Washignton Post)

No Japão, realiza pesquisas de dosimetria de radiações em parceria com o Atom bomb center em Hiroshima e com a Hiroshima University.

1973


Sir Thomas Blundell. (Foto: WikiMedia)

Desenvolve pesquisas sobre interação entre moléculas de água e proteínas no Birkbeck College, na Universidade de Londres, com Sir Thomas Blundell.

1975


Max Feffer. (Foto: Arquivo Público do Estado de São Paulo)

Atua como assessor especial do então Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, Max Feffer.

1979


Sérgio com os filhos Paulo, Yvone, Helena e Sérgio Roberto e John Robert Cameron, pesquisador norte-americano que contribuiu diretamente para a criação da Sapra Landauer. (Foto: Acervo Pessoal)

A partir do acúmulo de conhecimento científico e tecnológico em proteção radiológica obtido com pesquisas sobre métodos de dosimetria, e com apoio do pesquisador norte-americano John Robert Cameron, da Universidade de Wisconsin, cria a Sapra, empresa pioneira no Brasil, mais tarde renomeada Sapra Landauer a partir de joint-venture com a maior empresa do mundo nesse setor.

1979

Birkbeck College, Universidade de Londres. (Foto: WikiMedia)

Mascarenhas vai como pesquisador visitante para o Birkbeck College University of London. O objetivo foi trabalhar na área da saúde por meio da biofísica molecular com modelagem e bioinformática.

1980


(Ilustração: brgfx/Freepik)

Estuda problemas de trombose intravascular causada por mecanismos eletroquímicos decorrentes de implantes cardiovasculares e constata que uma superfície eletricamente carregada em contato com o sangue pode modificar o mecanismo e impedir a formação de trombos, dando origem a próteses com materiais condutores e semicondutores.

1981

É convidado por Abdus Salam para integrar o comitê de planejamento do ICTP - Centro Internacional de Física Teórica, na cidade de Trieste, na Itália, onde atuou por doze anos como diretor de física médica e biofísica molecular na promoção e desenvolvimento de áreas como biofísica, física médica e física dos solos.

1982


Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Prédio Central no Campus da USP. (Foto: WikiMedia)

Desenvolvimento do bisturi criogênico, que resultou em protótipo da Inbracrios, empresa de base tecnológica em biofísica que Sérgio ajudou a criar, em parceria com a Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto e com físicos de São Carlos.

1983

(Foto: Acervo Pessoal)

Participa ativamente da criação da TWAS (Academia de Ciência dos Países em Desenvolvimento), pioneira no objetivo de associar diferentes sociedades científicas e governos dos países em desenvolvimento. Viaja à China com Abdus Salam, onde encontra o ministro da Ciência e Tecnologia e o presidente da Academia de Ciências daquele país.

1984


Criação da Fundação Adib Jatene, em 2 de julho de 1984. Seus instituidores na própria sede do IDPC (gestão de Eduardo Sousa). Eduardo de Sousa no centro, 1ª fila, tendo, à direita, Anita Pazzanese e Adib Jatene; à esquerda, Michel Batlouni, Amaury Lerro, Valmir Fontes e Helio Magalhães. Na 2ª fila, no centro, Luiz Carlos Bento de Souza e Leopoldo Piegas. (Foto: Acervo Pessoal)

Ajuda a criar a Fundação Adib Jatene, com quem desenvolveu vários trabalhos em física médica com as técnicas de eletretos. Cria a Embrapa Instrumentação Agropecuária, em São Carlos, com corpo técnico qualificado e multidisciplinar de pesquisadores em física, química, engenharias elétrica, eletrônica, mecânica, materiais, agronomia e farmácia, considerado um dos principais centros de excelência em instrumentação agropecuária.

1985


Sílvio Crestana. (Foto: Alan Santos/PR)

Aplica tomografia computadorizada como um novo método para estudos da física da água no solo, com orientação de tese de doutorado de Silvio Crestana, futuro presidente da Embrapa.

1996

Sérgio expondo sobre um dos seus primeiros financiamentos. (Foto: Acervo Pessoal)

Articula, com a Ford Foundation, apoio financeiro internacional ao Programa de Inovação e Estudos para a América Latina (Piepal), que passa a ser gerido por Sérgio por meio do Polo São Carlos do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP.

1997

(Foto: Guia de Centros e Museus de Ciências da América Latina e do Caribe/Reprodução )

Cria, junto com Yvonne, um programa de ensino e divulgação científica para uma rede de Centros e Museus de Ciências na América Latina em parceria com a Estação Ciência de São Paulo, dirigida por Ernesto Hamburger e Silvério Crestana.

2006

Sérgio Mascarenhas desenvolvendo testes para a brain4care. (Foto: brain4care/Reprodução )

Após um ano convivendo com uma suspeita de Mal de Parkinson, é diagnosticado com hidrocefalia de pressão normal e é submetido a uma cirurgia para implantar uma válvula no cérebro. O processo invasivo o motivou a investigar uma forma inovadora de medir e monitorar a pressão intracraniana.

2008

Cria um grupo de trabalho em Sistemas Complexos e organiza a Rede de Inovação e Prospecção Tecnológica para o Agronegócio (RIPA) com apoio da FINEP e CNPq, como parte de uma estratégia de inovação na agricultura no Brasil, o que leva à constituição da Rede Nanobiotec-Brasil com apoio da Capes.

2010

Organiza o Primeiro Congresso Internacional em Bionanotecnologia, na cidade de Águas de São Pedro (SP), com apoio da FAO, agência da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.

2012

Sergio Mascarenhas. (Foto: Acervo Pessoal)

Renova seu interesse por física médica, com uso de novas técnicas de imagem, nanotecnologia aplicada à saúde, telemedicina e inteligência artificial na saúde. Experiências coordenadas por Sérgio e apresentadas em congresso em Tübigen, na Alemanha, comprovam que é possível utilizar a deformação da caixa craniana como monitor da pressão intracraniana.

2014

Sensor desenvolvido pela brain4care. (Foto: brain4care/Divulgação)

Fundação da brain4care, empresa de tecnologia para a saúde que, a partir do trabalho de Mascarenhas, desenvolve um sensor não-invasivo e um sistema que utiliza a expansão da caixa craniana para monitorar a PIC em tempo real.

2017

A empresa fica entre as finalistas no Global Grand Challenge, da Singularity University, no Vale do Silício, um torneio que aponta as empresas de tecnologia para o impacto social mais promissoras do mundo.

2018

(Foto: brain4care/Divulgação)

A tecnologia da brain4care tem patentes concedidas na Europa e nos Estados Unidos, abrindo caminhos para o lançamento global da marca.

2019

A brain4care obtém certificação da Anvisa, no Brasil, e da Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, para liberação de uso comercial do sensor sem fio para monitoramento não invasivo da pressão intracraniana, com seu subsequente lançamento comercial.

2020


(Foto: IFSC USP)

Sérgio Mascarenhas, em distanciamento social, pensa e planeja como usar tecnologia e conhecimento para proteger esta e as próximas gerações desta e de outras pandemias.

2021

Sergio Mascarenhas (Foto: Flickr)

O professor Sérgio Mascarenhas faleceu em maio de 2021, em Ribeirão Preto, após uma parada cardiorrespiratória, aos 92 anos.