Pacientes mais jovens, com até 40 anos, também podem ter problemas cerebrais ligados à memória, cognição e doenças degenerativas como o Mal de Alzheimer, embora células cerebrais possam se recuperar da Covid-19
Os médicos e cientistas já sabem que a Covid-19 afeta o sistema neurológico. Os sintomas são problemas de memória e danos às células cerebrais. Uma pesquisa apresentada na Alzheimer’s Association International Conference (Conferência Internacional da Associação de Alzheimer), em 29 de julho, por Nelly Kanberg, indica que essas células cerebrais parecem se recuperar depois de um período que varia de três a seis meses, embora alguns pacientes continuem a apresentar problemas cognitivos de longo prazo.
“Ainda não sabemos exatamente como a Covid danifica o cérebro. Pode ser uma combinação de fatores”, diz ela, incluindo uma resposta inflamatória, lesões nos vasos sanguíneos e problemas de coagulação.
Outro estudo conduzido na Argentina por Gabriel Erausquin, pesquisador na área de Neurologia, aponta que cerca de 60% dos adultos com 60 anos ou mais que foram expostos à Covid-19 têm problemas de memória e cognição. Isso representa um aumento de quase dez vezes nos problemas neurológicos dessa população, segundo o pesquisador.
Curiosamente, os adultos que perderam o olfato durante uma infecção por Covid-19 têm maior probabilidade de ter problemas cerebrais. Isso pode ser uma pista para a relação entre Covid-19 e doenças cerebrais degenerativas como a doença de Alzheimer, que também pode envolver a perda do olfato.
Um terceiro estudo, conduzido por George D. Vavougios, na Grécia, descobriu que não são apenas os idosos que sofrem de problemas cognitivos após uma infecção por Covid. Em seu estudo, pessoas de até 40 anos apresentaram declínio cognitivo, incluindo problemas de memória de curto prazo e outras formas de deficiência, após a infecção com o vírus.
As pessoas com maior probabilidade de apresentar problemas cerebrais foram aquelas que apresentavam fadiga pós-Covid e função pulmonar deficiente, mesmo depois do desaparecimento da infecção inicial. “Os médicos deveriam examinar os pacientes com Covid-19, mesmo os jovens que não apresentavam doença grave, em busca de sintomas de declínio cognitivo”, explica Vavougios.
A reportagem completa sobre a publicação pode ser acessada aqui.