Resultados obtidos são precisos e confiáveis; ferramental não invasivo tem baixo custo, segurança e treinamento simples  

Já utilizada no monitoramento da pressão intracraniana (PIC) em doenças como a hidrocefalia, a tecnologia não invasiva desenvolvida por uma empresa brasileira se mostrou também eficiente no acompanhamento da hipertensão intracraniana idiopática (HII). Bem-sucedida, essa operação inédita foi realizada em uma paciente com sete anos de idade e relatada no paper acadêmico Non-invasive intracranial pressure monitoring in idiopathic intracranial hypertension and lumbar puncture in pediatric patient: Case report.

Incurável e de causas desconhecidas, a HII provoca sem motivo aparente oscilações da PIC e requer monitoramento ao longo de toda vida do paciente. Os sintomas são similares aos de um tumor no cérebro, podendo incluir dor de cabeça atrás dos olhos, zumbido nos ouvidos de acordo com o batimento cardíaco e breves episódios de cegueira. O tratamento consiste em preservar a função visual e eliminar efeitos colaterais como a cefaléia.

Manejo

Baseada em um extensômetro de resistência elétrica que mede as microdeformações do crânio e o transforma em um sinal elétrico, a tecnologia da brain4care simplifica o manejo de pacientes com HII. De acordo com Thomas Markus Dhaese, o padrão ouro de monitoramento da PIC é por meio de um cateter intraventricular, porém essa técnica invasiva pode trazer riscos, como hemorragia e infecção.

“A tecnologia brain4care tem uma curva de aprendizado rápida, gerenciamento simples e apresenta resultados precisos e confiáveis”, destaca o Thomas. Segundo ele, esta ferramenta é prática, econômica e tem como vantagens proporcionar conforto ao paciente e dispensar exames de ressonância magnética, tomografia e procedimentos invasivos, como a punção lombar. “Em vez de expor a criança à sedação e furar sua medula, basta colocar o aparelho externo que somente encosta na cabeça e fazer a medição da PIC”, explica.

Curvas de monitoramento

O monitoramento da PIC é uma rotina clínica em todo o mundo e representa a pedra angular na vigilância de pacientes com lesão ou doença cerebral aguda e no diagnóstico de indivíduos com doença neurológica crônica. O sinal elétrico da tecnologia da brain4care reflete a forma de onda da PIC com seus três picos clássicos (P1, P2 e P3).

A tecnologia brain4care mede a complacência cerebral e apresenta o formato da curva da PIC. No relato do paper, são apresentadas três curvas: a pré-monitorização, com alteração na complacência; na sequência, a curva durante o procedimento, com a criança sentindo dor e finalmente a última medição, cerca de uma hora após o procedimento com a curva da PIC voltando ao normal.

Acesse o paper aqui.