Você tem ideia de quanto pesa o seu cérebro? E sabia que ele é flexível? Então confira essas informações e faça novas descobertas sobre esse órgão tão importante em nossas vidas

O cérebro é o responsável pelo nosso pensamento, mas você já parou para pensar em seu cérebro? Você tem ideia de como ele funciona? E o quanto ele pesa?

Bem, essas perguntas são fáceis de responder, até porque existem muitas pesquisas sobre o cérebro no mundo todo. Mas ainda estamos longe de conhecer todo o mistério que envolve esse órgão, o mais importante do sistema nervoso e que controla todo o nosso corpo.

Aliás, você sabia disso? Ele é responsável pelas ações voluntárias e involuntárias do nosso corpo. As ações voluntárias são aquelas que nos permitem ter vontade própria, como comer, falar, brincar, mexer o dedão do pé, entre outras.

Já as ações involuntárias são aquelas que fazemos sem perceber, como respirar, manter o coração pulsando, enfim, aquelas que o corpo faz mesmo quando você está dormindo. Bom, mas isso talvez você já saiba.

Agora o pesquisador e diretor científico da brain4care, Gustavo Frigieri, preparou uma lista de curiosidades sobre o nosso cérebro e crânio. Confira abaixo:

  1. O nosso cérebro pesa mais ou menos 1,5kg. Se você comparar isso com o peso do seu corpo, representa apenas 3%, mais ou menos. Pouco, não? Mas sabe quanto ele consome do nosso oxigênio? 20%! E de 15% a 20% da glicose. Mas isso não é desculpa para comer mais chocolate, hein? Até porque, o chocolate que o cérebro gosta é o amargo. E tem mais uma curiosidade aqui: cerca de 75% da massa total do nosso cérebro é composta por água.
  2. O cérebro tem cerca de 100 bilhões de células nervosas. Além disso, possui mais conexões do que o número de estrelas em nossa galáxia, já imaginou? Olha isso: ele pode arquivar o equivalente a 1.000 terabytes de informações, o que nos deixa sem argumentos para não ter guardado aquela matéria que o professor ensinou. Se nos dedicarmos e estudarmos, o cérebro arquiva a informação.
  3. O nosso cérebro também pulsa. Aposto que essa você não sabia. Isso acontece quando o coração bate e envia o fluxo de sangue carregado de nutrientes para todo o organismo, inclusive para o cérebro. Neste exato momento, o seu cérebro está pulsando. E o mais importante: na presença de algumas doenças, esse pulso se comporta de modo diferente, indicando que pode ser a hora de investigar mais sobre a saúde do paciente. A Covid-19, por exemplo, muda a forma de como o fluxo sanguíneo chega ao cérebro. Interessante, né? Por isso, as pesquisas científicas são importantes, elas indicam caminhos para cuidar das pessoas.
  4. A caixa craniana é expansível. Isso significa que ela pode se expandir, se dilatar. Em outras palavras, aumentar de volume ou dimensão. E essa é uma descoberta impressionante. Isso porque durante cerca de 200 anos, a medicina acreditava que o crânio era totalmente rígido e que o aumento no volume de um de seus componentes (cérebro, sangue e líquido cérebro-espinhal) resultaria na diminuição do volume dos outros. Porém, pesquisas recentes indicaram que o crânio é capaz de se expandir para acomodar mudanças nesse volume interno. Essa capacidade de ajuste é chamada de complacência intracraniana e se ela estiver comprometida, alterada, pode gerar um aumento da pressão intracraniana.
  5. A pressão arterial alta pode afetar o cérebro. Quando você vê o seu pai ou a sua mãe medindo a pressão com aquele aparelhinho no braço, eles estão verificando a pressão arterial, ou seja, a pressão que o sangue faz dentro dos vasos sanguíneos, com a força dos batimentos cardíacos. E quando o coração bate, leva o sangue para o cérebro. Se a pressão arterial estiver alta, a força dessa onda pode resultar em hipertensão intracraniana e causar dores de cabeça frequentes, às vezes acompanhadas de enjoo, visão turva e ruídos dentro da cabeça. A hipertensão intracraniana também pode provocar acidentes vasculares cerebrais (AVC), também conhecidos como “derrame”.
  6. A obesidade pode trazer complicações para o cérebro. Isso porque o excesso de gordura abdominal comprime as veias da região, prejudicando o retorno do sangue venoso do cérebro para as outras partes do organismo. Esse fato até era conhecido, mas apenas com o monitoramento não invasivo foi possível observá-lo. E a propósito, a obesidade também pode trazer outras complicações para o nosso organismo.
  7. Doenças como doença renal interferem na saúde do cérebro. Pesquisas recentes indicaram que pacientes com doença crônica nos rins, em estágios mais graves, tinham a complacência intracraniana comprometida. Após o tratamento desses pacientes com hemodiálise, a complacência retornou a um estado normal. Esta é uma importante pista para entender como o cérebro pode ser afetado pelas mais diversas doenças e como monitorá-lo é essencial para garantir que não surjam mais complicações para um paciente.
  8. Acordando um paciente em coma induzido. Com o monitoramento não invasivo do crânio, o médico pode saber com mais segurança se já está no momento de “acordar” o seu paciente que está em coma. Para isso, ele checa se a complacência intracraniana está normal. Antes, o médico contava apenas com a avaliação do estado clínico do paciente para tomar a decisão.
  9. Pulmão artificial é calibrado pelo cérebro. O “pulmão artificial”, que na Medicina é chamado de ECMO (sigla em inglês para “Oxigenação por Membrana Extracorpórea”), tornou-se mais conhecido no Brasil recentemente quando foi utilizado no tratamento do humorista Paulo Gustavo, uma das vítimas da Covid-19. A técnica substitui as funções do pulmão quando necessário. Durante esse tratamento, o volume de sangue na máquina e no corpo precisa estar equilibrado. Para isso, a equipe de especialistas observa sinais do paciente, como temperatura, frequência cardíaca e pressão arterial. Com o monitoramento não invasivo do cérebro, os médicos passaram a acompanhar também a complacência intracraniana e a calibrar com mais segurança a máquina que vai fazer as vezes de pulmão.
  10. É possível monitorar o crânio de forma não invasiva e confiável. Até pouco tempo atrás só era possível monitorar a pressão intracraniana (PIC) com métodos invasivos. Aliás, a monitorização invasiva intraventricular é considerada padrão ouro para essa checagem, mas ela está relacionada a inúmeras complicações. Mais recentemente, métodos não invasivos de monitorização da complacência intracraniana têm sido utilizados com sucesso para avaliar a saúde do cérebro, mostrando que a complacência intracraniana tem relação direta com a PIC e pode até ser um meio mais eficaz para esta avaliação.