Neurocirurgião criou um tipo de curativo feito com fibrina, proteína insolúvel do sangue; também contribuiu com a ciência com pesquisas sobre o líquor cerebral
Durante um eletrocardiograma em 1955, o neurocirurgião pediátrico Edgar Bering Jr. (1917-1994) deixou sua mais importante contribuição aos estudos com o cérebro humano: comprovou haver uma relação entre a onda gerada no espaço do líquor e o ciclo cardíaco, com o plexo coróide sendo responsável pela transmissão do pulso arterial para o líquor.
Nascido em Salt Lake City, Estados Unidos, Bering Jr. estudou medicina em 1935 na University of Utah e em 1939 na Harvard Medical School. Fez residências de neurocirurgia em Boston no Children’s Hospital e no Peter Brent Brigham Hospital.
Esquiador alpino competitivo, Bering Jr. foi membro da Equipe de Esqui dos Estados Unidos e venceu o downhill nos primeiros Jogos Pan-americanos de Inverno no Chile em 1936. O médico permaneceu ativo no esporte nos anos posteriores como oficial de corrida e voluntário médico internacional de competições.
Patente
Na Segunda Guerra Mundial, Bering Jr. serviu na Marinha dos EUA e realizou pesquisas neurológicas. Neste período, criou um curativo amplamente usado nas vítimas de combate – uma esponja de espuma feita com uma proteína insolúvel do sangue chamada fibrina, usada para curar feridas e controlar hemorragias. Bering patenteou a inovação e também contribuiu para o desenvolvimento de curativos já tratados com antibióticos.
Especialista em neurocirurgia, Bering Jr. deixou a Marinha com o posto de Tenente Comandante e a partir de 1963, ingressou no corpo docente da Harvard Medical School lecionando neurocirurgia. De 1963 a 1972, foi diretor associado do National Institutes of Health em Washington, depois, se juntou à equipe do Hospital Memorial em Easton, Maryland, onde foi chefe de equipe por dois anos antes de se aposentar em 1987.
Em vida, Bering foi membro fundador da Neurosurgical Society of America. Integrou também a Harvey Cushing Society e a sociedade científica Sigma Xi. Morreu aos 77 anos de insuficiência cardíaca.
Fontes
The New York Times
The Washington Post
Europe PMC
SNI – Surgical Neurology International