Você sabia que existe uma forma de saber o que se passa em sua cabeça? Calma, não conseguimos ler pensamentos. Estamos falando sobre uma forma de monitorar a saúde do seu cérebro
Você sabe, o crânio forma a parte dura da cabeça. Ele faz parte do esqueleto, e sua função é envolver e proteger o cérebro, por isso é importante monitorar o que se passa ali dentro, afinal, se não pensarmos e não cuidarmos de nosso cérebro, ele não permitirá que pensemos em mais nada.
Os ossos que formam o crânio se unem como as peças de um quebra-cabeça. Diferentemente de outros ossos do corpo, que são unidos por articulações móveis, no crânio as articulações que unem os ossos não se movem. Você pode pensar: “ué, mas e a mandíbula? Ela é móvel”. É verdade, mas ela não faz parte do crânio.
Durante cerca de 200 anos, a medicina acreditava que o crânio era totalmente rígido e que o aumento no volume de um de seus componentes (cérebro, sangue e líquido cérebro-espinhal) resultaria na diminuição do volume dos outros, justamente porque a caixa craniana não poderia se expandir.
Contudo, pesquisas recentes indicaram que o crânio é capaz de se expandir para acomodar mudanças nesse volume interno. Essa capacidade de ajuste é chamada de complacência intracraniana, porque ela acontece dentro do crânio. Se ela estiver com problemas, pode gerar um aumento da pressão intracraniana (conhecida pela sigla PIC), por isso, muitas vezes, esse monitoramento é essencial.
Agora imagine só como é monitorizar aquilo que se passa dentro de um lugar cercado por ossos. Um desafio e tanto! O exame considerado padrão ouro para fazer essa verificação é a monitorização invasiva intraventricular, um tipo de cirurgia. Embora ela seja referência para monitorar a pressão intracraniana, está relacionada a inúmeras complicações.
A boa notícia é que hoje já é possível monitorar o crânio de forma não invasiva, isto é, sem perfurá-lo. Um sensor chamado brain4care é preso com uma fita em volta da cabeça e consegue medir a complacência intracraniana e, com isso, avaliar a saúde do cérebro. Por meio dos resultados, os médicos e pesquisadores conseguiram perceber que a tal da complacência intracraniana tem relação direta com a pressão intracraniana e pode até ser um meio mais eficaz para esta avaliação.